terça-feira, 18 de abril de 2017

A garota no supermercado (Murder by Death - Pillars of Salt)

Tenho essa mania de querer adivinhar fatos sobre as pessoas que estão a minha frente na fila do supermercado através das compras. Hoje não foi diferente.
Em primeiro lugar, preciso estabelecer o cenário. Domingo de páscoa, chuva, 8 horas da noite, em um supermercado de um shopping center. Tudo estava vazio, exceto os caixas, onde se formavam pelo menos 4 filas com aproximadamente 10 pessoas em cada uma. Dirigi-me a uma delas e na minha frente entrou uma moça, lá pelos seus 25-30 anos. Ruiva, parecia natural, um piercing na narina esquerda, calças jeans, blusinha e casaco. Não saberia descrever o sapato dela, mas era tipo uma sapatilha, um pouco mais aberta (realmente não entendo nada de moda). Era uma roupa normal, nem simples demais nem elaborada. Magra, não chamava atenção pela beleza, mas não se poderia dizer que era feia. Enfim, uma pessoa normal. No seu cestinho de compras havia uma caixinha de creme de leite, um saco de batata palha, um tonalizante para cabelos e uma garrafa de vinho tinto Saint Germain. O creme de leite e a batata palha presumi que fossem para fazer um prato, tipo strogonoff para janta. Talvez tenha lhe dado vontade de comer isso e resolveu sair para comprar os ingredientes que faltavam. O tonalizante podia ser algo que estivesse em promoção e surgiu a oportunidade – creio que ninguém sairia domingo à noite, na chuva, para comprar tonalizante. A garrafa de vinho me chamou atenção. Me pareceu algo do tipo Bridget Jones. Mulher solteira, deprimida, tomando uma garrafa de vinho barato (a garrafa custa em torno de 15 reais). Você achou isso machista? Talvez seja mesmo. Talvez eu estivesse julgando erroneamente. Talvez ela tivesse um namorado esperando-a em casa para comerem o strogonoff – mas que raio de namorado que deixa a companheira ir sozinha no supermercado de noite, na chuva? Ainda achava que minha teoria da depressão estivesse mais acertada; combinava mais com o cenário do dia.
Foi então que ela deixou o vinho no cesto e pegou uma garrafa de coca-cola em um freezer próximo. Não sei por que a impressão depressiva não passou, apesar da bebida alcoólica ter sido deixada de lado. Ainda imaginei-a triste, jantando strogonoff sozinha, mas bebendo refrigerante antes de dormir. Eu não gosto muito de tocar nos outros ou de ser tocado, mas asa vezes tenho vontade de abraçar estas pessoas que claramente demonstram depressão e dizer "vai ficar tudo bem".  Ela pediu que suas compras fossem empacotadas todas na mesma sacola, mas que colocassem uma segunda para reforçar. Presumi que queria evitar o volume de sacolas por estar de ônibus. Logo ela pegou sua sacola e saiu. Rapidamente paguei por minhas compras e tentei ver para onde ela ia. Sempre penso em abordar as pessoas e tentar ver se minhas teorias estão certas, mas creio que seria muito invasivo e estranho. Ademais, não tenho muitas habilidades sociais a ponto de iniciar assuntos com pessoas desconhecidas - ou até com pessoas mesmo. Não encontrei-a. Mesmo que encontrasse, não iria abordá-la. Creio que as mulheres devem estar de saco cheio de serem abordadas por homens nas ruas. Deve ser muito difícil ser mulher.

Paguei o ticket do estacionamento e fui para meu carro. Liguei o som e tocava essa música:

Murder by Death - Pillars of Salt

Our fingers are missing
They litter the ground
Grass will never grow near this town again
The frames on the walls
Are crooked and empty
Our shoulders bend low towards the dirt

I made a deal
To get us out of this place
But I am falling apart
With each step I take
And as the pieces fall
I count them all





Ps.: imagino se alguém visse minhas compras do supermercado naquela noite: três pacotes de miojo, um pacote de doritos e duas long necks de cerveja. Poderiam deduzir uma vida triste, solitária, regada a miojo e álcool. Estaria certo se isso fosse há uns 12 anos. Hoje, não poderia estar mais errado.


sábado, 15 de abril de 2017

The Shins - Nothing at All

Outra musica bem animada,. Boa dica para quem quer levantar cedo com um pouco animação.

Banda:
The shins - banda de guitarras pop começou como um projeto paralelo do cantor James Mercer, cuja banda principal era o Flake.

Música:
Nothing at All - faixa 12 do Wincing The Night Away (Japanese Release) de 2007


sexta-feira, 7 de abril de 2017

Band of Horses - The Great Salt Lake

Tenho feito longas caminhadas até o trabalho e tenho usado esse tempo para descobrir bandas novas e ouvir algumas bandas que eu já tinha no meu computador, mas ainda não tinha explorado muito. Acho que essa banda já apareceu por aqui. Mas andei ouvindo novamente as músicas deles por esses dias e me deparei com essa, que não me lembrava. Antes de ler a letra, a música me teleportava para algum ponto da minha adolescência onde eu ainda era inundado por incertezas e temores da véspera da vida adulta. Na época em que essa música foi lançada, em 2006, eu já estava mais perto dos 30 que da adolescência, então é pouco provável que eu a tenha ouvido na puberdade. Enfim, são aquelas coisas que só quem é apaixonado por música entende, mas não consegue explicar.


Banda:
Band of Horses - criada pelos músicos multi-instrumentais Ben Bridwell e Mat Brooke, após o término de outra banda. Pouco tempo após lançarem o primeiro disco, Everything All the Time, onde aparece a música deste post, Brooke deixou a banda, iniciando outro projeto, chamado Grand Archives. Bridwell juntou-se com um baixista (Rob Hampton) e um baterista (Creighton Barrett) e deu continuidade à banda.

Música: The Great Salt Lake
Faixa 6 do álbum Everything All the Time


domingo, 2 de abril de 2017

Flash

Descobri que os vídeos de postagens antigas sumiram devido ao fato de flash player não rodar mais no google chrome. Alguns posts eu editei e coloquei novamente o vídeo. Mas, realmente, como eu acho que ninguém mais olhas esse blog, eu vou deixar como está.

Retorno e Wolf Parade

Ensaiando novamente um retorno às postagens, retomo o acesso a esse blog. Passei dias pensando nisso depois de passar algum tempo descobrindo (e redescobrindo) bandas e músicas novas e alguns "lado B" de bandas que eu já conhecia.
Não pretendo criar grandes expectativas, mas vou tentar retomar as postagens. Eu espero que isto ajude outras pessoas que, como eu, se emocionam ao ouvir certas músicas, a ponto de arrepiar os pelos do corpo e, muitas vezes, sem nem saber por quê a descobrir mais bandas (injustamente) desconhecidas, mas que tem sons excelentes.
Um bom exemplo disto, é a música a seguir. Algo nela me traz lembranças boas, mas eu não sei do quê. Gosto de usar ela como primeira música para correr de manhã. Me dá um pouco mais de ânimo. Só acho que ela podia terminar de uma forma melhor.
Seguem os dados.

Banda: Wolf Parade
Formada em 2003 em Montreal, Quebec, Canada. Foi descoberta pelo frontman da banda o Modest Mouse (banda que já apareceu pelo blog), Isaac Brock, o qual também trabalha na Sub Pop Records. Estilos: Alternative/Indie Rock, Indie Rock, New Wave/Post-Punk Revival, Alternative Pop/Rock.
Fonte: http://www.allmusic.com/artist/wolf-parade-mn0000369183

Música: Oh You Old, Thing
Faixa 9 do álbum Expo '86 (2010)


Ps.: curiosamente, as postagens deste blog ocorrem a cada 3 anos. Se não postar nada na semana, que vem, tente novamente em 2020.

domingo, 7 de setembro de 2014

The Brian Jonestown Massacre - Food For Clouds


Essa dica veio direto do Canadá, da proprietária deste ilustre Blog, também conhecida por Lady Clementine.
O nome da banda é uma referência ao icônico guitarrista Brian Jones, que fez parte dos Rolling Stones.
Tem um som indie alternativo que lembra um pouco Beta Band e Yo La Tengo.
E já fui informado que existe uma rivalidade com a banda Dandy Warhols, da qual gosto muito também. Segue, abaixo, o documentário a respeito do tema.





quinta-feira, 4 de setembro de 2014

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Oh No! Oh My! - Again Again



Mais uma bandinha do tipo cute, mas com reservas. Em outra música, esta banda texana canta "skip the foreplay". De som agradável, fazem música de baladinhas fáceis de pegar. É aquele tipo de banda que você fica se perguntando como é que não estourou. Coisas que só o capitalismo selvagem sabe responder. E o legal é que no Bandcamp.com você paga baratinho pelas músicas deles - o último álbum eu paguei 7 doletas - e pode baixar sem se sentir culpado.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Rex or Regina - K Eyes


Sim, esta banda é tão obscura quem nem vídeo no YouTube eu encontrei.
Também não achei nenhuma informação sobre eles no Allmusic.com.
Estou começando a achar que não existem.
Talvez seja fruto da minha imaginação.
Se alguém mais conseguir ouvir a música, por favor, me avise. Estou começando a ficar preocupado.
Se você gosta de mulheres com vozes lamuriosas, esta banda é um prato cheio.
Se curtiu, na página da banda dá para baixar várias músicas gratuitas.

Atualizando: em 02/04/2017, no retorno triunfal ao blog, achei a banda no youtube:

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Ugly Casanova - Smoke Like Ribbons



Mais uma banda indie obscura para a coleção do site. Segundo a lenda, "Ugly Casanova" foi o pseudônimo utilizado por um fã enlouquecido da Modest Mouse chamado Edgar Graham que invadiu o show da banda em Denver em 1998.
A banda tem somente o disco Sharpen your Teeth lançado em 2002. Daí começam as lembranças. Em 2002 eu estava na faculdade, sentado longe dos outros colegas e escrevendo letras de Pink Floyd e Velvet Undeground na classe. Eram tempos de audiogalaxy, napster e afins e compartilhamento estava engatinhando. Então, ter acesso a essas bandas obscuras era mais difícil. Sim, era bem mais fácil que nos anos 90, mas nessa época não existia internet, então, nesta época, o acesso não era difícil, era impossível.
A alternativa que eu tinha era ver mtv e gravar, com um qualidade bem ruim, em uma fita. Juro que uma vez, eu gravei o som da televisão em uma fita para ouvir Breeders no meu walkman, pois era impossível achar um DC desta banda por aqui. Eu pergunta por esta banda nas lojas de discos e cd e os vendedores me olhavam com uma cara estranha, achando que eu estava inventando. Bom, mas isso é história por outro blog.
Carpe diem.